No universo corporativo atual; com todas suas gírias e vocabulários em inglês misturados ao português - o que chamamos carinhosamente de startupês; fala-se muito em como as coisas podem mudar rapidamente. Você já ouviu falar no mundo VUCA e BANI?
VUCA, que se é falado desde 1990, é um acrônimo para: Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade). Enquanto BANI, ganhou relevância no período da pandemia da COVID-19, faz referência à Brittle (frágil), Anxious (ansioso), Non-linear (não linear) e Incomprehensible (incompreensível). Pois bem, mas qual a utilidade disso? Basicamente, nos alerta para um cenário aparentemente caótico, incontrolável e imprevisível. Mas o questionamento que quero gerar é: até que ponto podemos aceitar isso de fato? Será que realmente não conseguimos ter nenhum tipo de previsibilidade e estamos navegando em um mar à deriva?
Para aprofundarmos no tópico, gostaria de trazer um dos exemplos mais marcantes no mundo de negócios. A história de como a Blockbuster (líder mundial em rede de locadoras e videogames), após anos de reinado, acabou indo à falência. Bom, todo mundo já sabe o plot twist de como as locadoras foram amplamente substituídas pelo serviço de streaming. Entretanto, o engraçado é que muito antes disso acontecer, quando a Blockbuster ainda estava em seu auge, Reed Hastings (fundador da Netflix) chegou a tentar captar investimento com a empresa e foi recusado pelo CEO que seguiu a premissa do “time que está ganhando não se mexe”. Esse é um caso explícito de como as coisas deram, e muito, errado por não se atentarem aos movimentos do mercado.
Um exemplo mais feliz, no entanto, é a reviravolta que a Barnes & Noble (maior rede de livrarias nos Estados Unidos) conseguiu ao superar a onda de e-readers (famoso Kindle e similares) ao criar uma comunidade ao redor de suas livrarias - tornando a experiência de comprar um livro muito mais profunda do que simplesmente uma transação financeira. A grande estratégia por parte da Barnes & Noble foi selecionar criteriosamente seus livros, ter um time de colaboradores leitores e permitir trocas com os clientes em relação a recomendações de leituras. O que gera acolhimento e sensação de pertencimento.
E o que está associado ao sucesso da Barnes & Noble e ao fracasso da Blockbuster? De forma sucinta, podemos dizer: o conhecimento de seu mercado. Essa pequena frase pode levar grandes corporações à falência ou pequenas iniciativas empresariais a faturamentos exorbitantes. Se você está em uma empresa consolidada, que é líder de mercado, e acredita que as coisas vão se manter assim por continuar replicando a mesma fórmula; este é o sinal para você repensar sua lógica de raciocínio. Olhe ao seu redor: carros convencionais estão sendo substituídos por carros elétricos mais rápido do que imaginávamos; a inteligência artificial vem substituindo atores e roteiristas, gerando greves por Hollywood e muitos outros casos similares. Não existe receita de bolo para o futuro.
Mas algumas dicas valem ouro e fazem a diferença: 1) manter-se humilde acompanhando as notícias e dados diversos, principalmente do seu segmento, tendo em vista a possibilidade de novas tecnologias e mudanças no cenário; 2) estudar seus stakeholders (clientes, fornecedores e parceiros) como também concorrentes; 3) ter métricas de análise para entender possíveis oscilações de mercado e usar tais informações de forma estratégica.
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